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Crônica - Entrada tática

Ação policial cuidadosa e estratégica é essencial

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Hélio C. Freitas Filho, agente de Polícia Federal

Comunicação Sinpf-ES

14/07/2022 às 11:40

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Em rigorosa obediência ao “critério cronológico”, e em sintonia à linha de pensamento defendida pelo constitucionalista José Afonso da Silva, exatamente às seis horas da manhã, os cinco integrantes da equipe da Polícia Federal começam os procedimentos para a entrada tática no imóvel usado pelos investigados por tráfico de drogas para cumprimento do mandado judicial de busca e apreensão, e quem sabe com sorte, conseguir “dar flagrante”.


O grandalhão agente Carvalho, desajeitado para lidar com o pouco espaço no estreito corredor do prédio residencial, não possui a angulação ideal para desferir o melhor golpe com a pesada marreta, ainda assim acerta uma primeira pancada certeira em cima da fechadura tetra instalada na entrada principal de acesso. Ouve-se o tilintar do metal ao ser projetado com força no chão, contudo, o frágil obstáculo não cede, permanece trancado por conta do trinco de outra fechadura também afixada. O contratempo põe em risco o sucesso da operação, os criminosos podem se desfazer de provas, ou em atitude extrema, tentar resistir à prisão e atirar contra os federais. O risco é plausível, ao longo do trabalho investigativo foram reunidas muitas imagens dos bandidos se exibindo com armas de fogo.

O imprevisto atiça ainda mais o policial, que “adrenalizado” passa a atingir com sucessivas marretadas a porta de madeira a sua frente, que finalmente é suplantada após lhe ser aberto um enorme buraco.


Imediatamente os demais policiais projetam-se para dentro do pequeno apartamento, avançam com armas em punho pelos cômodos da casa, os dois traficantes são logo localizados e instantaneamente rendidos sem esboçarem qualquer reação ameaçadora. Nota-se o espanto nas pálidas feições dos jovens marginais, suas faces refletem assombro, a valentia outrora ostentada nas redes sociais cede lugar para o medo, que se materializa com o mau odor oriundo da crise de flatulência de um deles, que tenta controlar sem sucesso seu imprevisível intestino, enquanto seu parceiro, com os olhos marejados, se esforça para segurar o choro.

 
Não há ineditismo nessas reações, a cena é recorrente, já fora testemunhada inúmeras vezes pelos experientes “homens da lei”, que não tripudiam dos recém-prisioneiros, apenas se concentram na obtenção de mais provas, que surgem à medida que são revirados os já bagunçados cômodos daquele caótico recinto, onde a ausência de limpeza e o acúmulo de sujeira são características corriqueiras em lugares habitados por pessoas envolvidas com entorpecentes. Um agente anuncia ter encontrado haxixe em quantidade suficiente para caracterizar a traficância, outro constata a existência de uma central clandestina em pleno funcionamento utilizada para aplicação de golpes, algo inclusive admitido por ambos os detidos em breve entrevista. Incautos, acreditam que a estratégia de assumir a condição de estelionatários e rechaçar o estigma de traficantes seja a melhor a seguir, sem saber que o trabalho policial está bem robusto.


Ainda é encontrada dentro do armário, numa caixinha, a quantia de trinta mil reais em espécie. O vultoso numerário na posse de jovens simboliza o quão pode ser lucrativa a atividade ilícita e, ao mesmo tempo, tão penosas suas consequências para aqueles que escolhem trilhar esse caminho. Os ponteiros do relógio do agente Bruno marcam 8h10, o serviço se encaminha para o fim naquele devastado local, os presos serão conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal e de lá, após os depoimentos, seguirão para o presídio.

 
Todos os bens de valor no imóvel, além da droga, e mais dois veículos da dupla que estavam na garagem, são apreendidos, o que reforça o momentâneo revés financeiro do grupo criminoso. Já no corredor, um dos conduzidos olha para Carvalho e lhe dirige a palavra: “Obrigado por não ter esculachado”. O agente retruca com serenidade: “Aqui é Polícia Federal, mas lembre-se. O conserto daquela porta é por sua conta”. Momento em que todos olham para o que sobrou dela, e os policiais caem na gargalhada.

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Crônica publicada no Internet Jornal- 


https://drive.google.com/file/d/1-EliEtq5R8lYDV2-1ItCkcoRj2GoYnle/view?usp=sharing

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Hélio C. Freitas Filho, agente de polícia federal, carioca, casado, radicado no Espírito Santo, graduando em Inteligência Competitiva e Contrainteligência Corporativa, Bacharel em Direito e Administração.

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