Capixaba é finalista de Prêmio Policial Federal de Jornalismo
Premiados receberão mais de R$ 43 mil no total
Marcus Vieira
Comunicação Sinpf-ES
Uma jornalista capixaba está entre as finalistas do Prêmio Policiais Federais de Jornalismo 2022, organizado pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
Na primeira vez que o Prêmio contemplou estudantes, Nathalia Gonçalves Ferreira, de 26 anos, disputa com outros dois trabalhos, da Universidade de Brasília (DF) e da PUC São Paulo (SP), a premiação de R$ 3 mil.
A nova categoria busca incentivar as instituições de ensino a trabalharem a temática da Segurança Pública em sala de aula e, com isso, contar com profissionais mais qualificados na cobertura do assunto.
Com o título “Para sempre Elas – A história da vida de mulheres vítimas de feminicídio”, o livro-reportagem de Nathalia foi a base para sua conclusão de curso na Faculdade Faesa, em Vitória (ES). Ela contou da grande surpresa ao saber do resultado.
Nathalia é uma das finalistas do Prêmio deste ano
“Não consegui acompanhar de perto o resultado e tomei um susto quando soube que tinha sido selecionada. Estou muito feliz, porque meu livro tem uma enorme importância para mim, gostei demais do que pude construir com ele, mas não pude investir recursos para publicá-lo ainda. Então, ter esse reconhecimento e, talvez, vencer o prêmio vai ser uma conquista muito grande”.
Os relatos que ela registrou mostram as profundas marcas da violência contra as mulheres num Estado que já chegou a liderar o número de casos de feminicídio no País em 2013, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2022, até setembro, foram registrados 68 homicídios de mulheres no Estado, sendo 28 deles casos confirmados de feminicídio.
“O que me motivou a escrever sobre esse assunto foi que, em 2019, fui vítima de violência doméstica e quase virei mais uma estatística”, revelou a jornalista.
Após a formatura em dezembro passado, Nathália agora atua como radialista na Rede Gazeta, emissora que também teve outro trabalho selecionado pela banca do Prêmio. Na categoria televisão, a reportagem apresentada pelo jornalista Roger Santana revelou o caso de um mergulhador capixaba que atuava, a mando de traficantes, instalando pacotes de drogas no casco de navios que atracavam no Porto de Vitória e seguiam para outros países.
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A investigação da Polícia Federal no Espírito Santo revelou detalhes do esquema criminoso e as equipes estavam em busca do mergulhador até a sua morte por afogamento, durante mais uma ação criminosa num porto australiano, na cidade de Newcastle, em maio deste ano.
O Prêmio Policiais Federais de Jornalismo 2022 revelerá os vencedores no dia 16 de novembro, em evento que contará com transmissão pelo canal do Youtube da Fenapef. O presidente da Federação, Marcus Firme, destaca a relevância do Prêmio.
“Os trabalhos inscritos abordaram o tema Segurança Pública, além de aspectos relevantes da área para a sociedade brasileira e que ajudam na compreensão dos desafios do nosso sistema de segurança. Nosso objetivo é contribuir para a difusão do tema na busca por melhorias no setor”.